O INE revelou recentemente a actualização dos dados demográficos para o ano de 2014. A conjugação de um saldo natural negativo de 22 423 com um saldo migratório negativo de 30 056 ditou uma diminuição da população portuguesa em cerca de 52 mil habitantes. Embora menos acentuada que nos dois anos anteriores, estes valores mantêm a tendência de decréscimo populacional que se regista desde 2009, ano em que a população do país atingiu o valor mais elevado de sempre. A estimativa do INE confirmou também a tendência de envelhecimento da população, a um ritmo cada vez mais acelerado.
No concelho de Albergaria, os dados disponibilizados evidenciam a dinâmica populacional regressiva que se verifica desde 2010. Entre este ano e 2014, o concelho perdeu cerca de 700 habitantes, contabilizando já um efectivo populacional inferior ao registado no ano 2000.
Para esta diminuição brusca contribuiu em grande parte o forte saldo migratório negativo (-583 habitantes). De facto, desde 2010 que a taxa de crescimento migratório [Relação entre o saldo migratório durante um ano e a população média desse ano] é negativa, sendo a mais acentuada da Região de Aveiro, com valores a atingir mais do dobro da média regional.
O saldo natural, por sua vez, contribui também, ainda que numa proporção bastante menor, para a diminuição dos efectivos populacionais. Os valores registados para o concelho de Albergaria, no que à taxa de crescimento natural [Relação entre o crescimento natural da população durante um período e a população média da área em questão durante esse período] diz respeito, foram negativos nos últimos quatro anos mas, ainda assim, inferiores à média da região. No entanto, verifica-se uma diminuição linear desta taxa em Albergaria, enquanto na região se assistiu a uma inversão da tendência de queda no último ano.
O saldo natural resulta da evolução da natalidade e da mortalidade no concelho. Podemos observar um comportamento da taxa de natalidade [Número de nados-vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período] com valores ligeiramente superiores à média regional, registando-se valores mais positivos apenas no concelho de Aveiro, em três dos quatro anos analisados. Estes valores resultam da relativa juventude da população do concelho em comparação com os concelhos vizinhos. No que se refere à taxa de mortalidade [Número de óbitos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período], os valores para o concelho andam em linha com a média regional, com excepção do ano de 2013, em que se registou um valor bastante inferior em Albergaria.
O comportamento da taxa de natalidade é também explicado pela taxa de fecundidade geral [Número de nados-vivos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido ao efectivo médio de mulheres em idade fértil (entre os 15 e os 49 anos) desse período (habitualmente expressa em número de nados-vivos por 1000 (10^3) mulheres em idade fértil)]. Como se pode observar, esta taxa apresenta valores bastante elevados em Albergaria, muito superiores à média regional, com excepção do ano de 2013.
A conjugação de todas estas taxas resultam numa diminuição da taxa de crescimento efectivo [A taxa bruta de crescimento populacional é a soma das taxas brutas de crescimento natural e migratório. Relação entre a variação total de população durante um ano e a população média desse ano]. Os valores observados através desta taxa evidenciam uma forte diminuição populacional em Albergaria, a um ritmo superior à média regional, sendo mesmo o terceiro concelho com valores mais reduzidos em toda a região de Aveiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário